Matéria do Globo.com, coluna Amazônia, fala sobre o lançamento de livro editado pelo Estúdio GKNoronha.

Título original:

Livro reúne cerca de 80 fotografias aéreas de geoglifos do Acre

Arqueólogo acompanhou maior parte dos voos de reconhecimento. Locais representariam centros cerimoniais de antigas civilizações.

Do Globo Amazônia, em São Paulo, em 18/10/2010

Obra também avalia potencial turístico de roteiros aéreos para conhecer os geoglifos.
(Foto: Edison Caetano/ Divulgação)

Após sobrevoar áreas em todo o Acre e captar centenas de imagens, quatro fotógrafos montaram um livro que mostra parte dos geoglifos encontrados no estado. Lançado recentemente, o livro “Geoglifos: Paisagens da Amazônia Ocidental” reúne cerca de 80 fotografias de intervenções na vegetação, feitas por populações que habitavam a região antigamente.

O livro faz parte de um projeto que estuda geoglifos no Acre há 5 anos, segundo o arqueólogo Alceu Ranzi, que ajudou a organizar a obra ao lado das pesquisadoras Denise Schaan e Antônia Damasceno. As fotos foram registradas por Diego Gurgel, Sergio Vale, Edison Caetano e Maurício de Paiva.

Segundo arqueóloga, locais serviam como centros cerimoniais. (Foto: Edison Caetano/ Divulgação)

Ranzi acompanhou a maior parte dos voos feitos para a captação das fotografias. “Não é difícil identificar um geoglifo do alto. Hoje, já temos uma boa ideia sobre onde eles estão e quantos são, mas o trabalho continua. Encontramos uma espécie de ‘eldorado’ pra ciência”, diz o arqueólogo.

Segundo Ranzi, hoje há cerca de 300 geoglifos conhecidos no Acre. “Uma das conclusões da arqueóloga Denise Schaan no livro é de que eles representariam centros cerimoniais.

“Pelos formatos geométricos e também porque existe pouquíssima cerâmica no interior deles, que quase sempre ocorrem em regiões altas, planas e perto de nascentes de água”, diz Ranzi.

O livro também contém textos que analisam o potencial turístico para a implantação de roteiros aéreos para conhecer os geoglifos. Sem caráter comercial, a obra está sendo distribuída para bibliotecas e escolas. Segundo Ranzi, é possível conhecer alguns geoglifos site mantido por ele na internet.